Bom, o ano passou e eu preciso fazer um informativo cultural e encontrei essa lista bem definida e muito interessante desse ano.
"O FILHO ETERNO": Livro mais premiado de 2010, "O
filho eterno", de Cristovão Tezza, rendeu um dos espetáculos mais
comoventes deste ano. A história do pai que reluta em aceitar o filho
com Síndrome de Down, primeiro monólogo encenado pela Cia Atores de
Laura, estreou em junho e se$em cartaz até o fim do ano. Com direção de
Daniel Herz, o ator Charles Fricks (acima) transformou o palco do Oi
Futuro Flamengo numa arena de sentimentos conflitantes, humanizando
entre rompantes de ódio e ternura, com risos e muitas lágrimas, seu
difícil personagem.
"ESTAMIRA":
Em atuação impressionante, a atriz Dani Barros reproduziu a loucura e a
lucidez da catadora de lixo Estamira nesse monólogo, que estreou em
novembro, adaptado do documentário homônimo de Marcos Prado. Mesclando
experiências pessoais, ela fez o público que lotou o Porão da Laura
Alvim rir, chorar e aplaudir agradecido.
"PALÁCIO DO FIM":
Três narrativas dolorosas tendo como pano de fundo a Guerra do Iraque
levaram densidade à temporada de 2011. Dirigidos com sobriedade por José
Wilker, como três solos que se alternam, Vera Holtz (acima), Camila
Morgado e Antonio Petrin reforçaram, com suas atuações, o poder da
palavra, como pedia o texto da canadense Judith Thompson. Encenada em
outubro no Teatro Poeira.
"OS NÁUFRAGOS DA LOUCA ESPERANÇA":
A primeira passagem do Théâtre du Soleil pelo Rio marcou,
definitivamente, o ano. A construção de uma réplica da Cartoucherie —
extinta fábrica de armamentos que serve de sede à companhia, em Paris —
na HSBC Arena $muita gente, principalmente atores e diretores teatrais, à
Barra da Tijuca, em novembro. Em quatro horas de duração, conduzidas
com maestria e domínio pela diretora Ariane Mnouchkine, a peça "Os
náufragos da Louca Esperança" narra a história de um grupo de que decide
filmar as aventuras dos passageiros de um navio que parte do País de
Gales, em 1895, e naufraga na Terra do Fogo. A montagem é uma
deslumbrante ode ao refinamento e à meticulosidade de um trabalho
pensado em conjunto a cada cena.
"ATO DE COMUNHÃO":
Baseada em fatos, a montagem com texto do argentino Lautaro Vilo
estreou em abril no Sérgio Porto, servindo de veículo para uma
impressionante atuação de Gilberto Gawronski (na foto), no papel do
canibal que busca sua vítima por meio da internet. Duro, mas fascinante.
"UM VIOLINISTA NO TELHADO":
O emblemático musical da Broadway ganhou, em maio, uma encenação
impecável no Teatro Oi Casa Grande. Das versões das músicas aos
figurinos e cenários, coreografias originais de Jerome Robbins e um
elenco afinado (também literalmente), tudo deu certo. E o público lotou
as sessões. Se a competência de Claudio Botelho e Charles Möeller não é
mais uma surpresa, a dupla conseguiu o seu momento de encanto ao escalar
José Mayer (ao lado, com Soraya Ravenle) para o papel de Tevye,
protagonista da trama passada numa aldeia da Rússia czarista. A atuação
carismática e vigorosa do ator, mais identificado, nos últimos tempos,
com a televisão, confirmou: o palco ama José Mayer.
"HELL":
Em maio, Barbara Paz dominou o palco com sua interpretação de uma jovem
consumista, afundada em drogas, bebida e sexo, no espetáculo adaptado
(por Hector Babenco, também diretor, e Marco Antonio Braz) do livro de
mesmo nome da francesa Lolita Pille.
"O IDIOTA": A
encenação de Cibele Forjaz com a Mundana Companhia estreou em junho, no
Espaço Tom Jobim, proporcionando um passeio singular pelo universo do
romance de Dostoiévski. Resultado de longo trabalho de pesquisa, o
espetáculo, com excelentes desempenhos, foi um acontecimento.
"JUDY GARLAND — O FIM DO ARCO-ÍRIS":
Claudia Netto encarnou Judy Garland neste musical que estreou em
novembro no Teatro Fashion Mall, mais um com a assinatura Botelho &
Möeller. Ao lado de um impecável Gracindo Júnior, Claudia (à esquerda)
deu um show, fascinando o público.
"R&J DE SHAKESPEARE — JUVENTUDE INTERROMPIDA":
A inteligente adaptação de Joe Calarco para "Romeu e Julieta" estreou
em janeiro. E chamou a atenção com a fluente tradução de Geraldo
Carneiro, a direção imaginativa de João Fonseca e o elenco com atuação
bem acima da média.
Matéria e lista retirada do Segundo Caderno e na íntegra aqui.
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